A Siemens Energy evoluiu em quase todas as áreas de sustentabilidade em 2022, com destaque para redução de suas emissões de gases de efeito estufa pela metade na comparação com 2019 e em 21% em relação ao ano anterior, informa o Relatório de Sustentabilidade da companhia, publicado na última segunda-feira, 12 de dezembro. A meta original era reduzir as emissões em 46% até 2025 e a empresa prevê sua neutralidade em termos climáticos até 2030.
Quanto aos parâmetros de avaliação e comprovação é feita uma distinção fundamental entre Escopo 1 (emissões pelas quais a empresa é diretamente responsável ou controla, como o consumo de gás), Escopo 2 (aquelas indiretas por meio de energia comprada, como, por exemplo, consumo de eletricidade) e Escopo 3 (indiretas da cadeia de fornecimento tanto no upstream quanto no downstream).
O documento coloca o uso de energias renováveis como uma das principais razões na estratégia de descarbonização. Globalmente, 90% da eletricidade necessária para as operações da Siemens Energy vem de fontes limpas, com meta a inicialmente planejada sendo de 84%. Contratos convencionais foram substituídos e agora o objetivo é atingir os 100% até 30 de setembro de 2030.
Reciclagem
No Brasil destaque para a marca de 90,5% de reciclagem dos resíduos gerados nas operações, com apenas 4 toneladas métricas de resíduos sendo enviadas para aterros sanitários, representando uma redução de 99% em relação a 2021. Também foram reportadas as emissões de Escopo 3, resultantes de seus próprios produtos ao longo de todo o ciclo de vida útil. Representando mais de 99% das emissões totais dos gases de efeito estufa, elas são postas como desafio mais significativo para o alcance da neutralidade climática.
No último ano, foram emitidas 46 milhões de toneladas a menos de poluentes nessa categoria, com uma redução de 3% em relação a 2021 e de 12% em relação à linha de base de 2019. Isso se deve principalmente à eliminação do carvão desde 2020, demonstrando a urgência da empresa em mudar o mais rápido possível seu portfólio para o gás, além do impulsionamento do uso das renováveis.
Vale ressaltar que quase 40% da energia mundial ainda é gerada a partir de parques carboníferas e a mudança para o gás poderia eliminar aproximadamente 50% das emissões de cada fábrica.
Cadeias de suprimentos
Em um total 96 páginas, além de refletir sobre as conquistas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) no último ano fiscal, o relatório também aponta as áreas para potenciais melhorias. Como exemplo, aproximadamente 20% da força de trabalho da Siemens Energy é composta por mulheres.
Nos dois primeiros níveis de gestão em Gás e Energia (com exceção da Siemens Gamesa), a representatividade feminina aumentou em mais de um ponto percentual ao longo 2022, saltando para 22%. Todavia, as metas são mais ambiciosas, com a empresa pretendendo atingir 30% até 2030 na métrica de diversidade de gênero. Nesse aspecto, a expectativa é uma rápida progressão sob a recém-implementada estrutura organizacional, que entrou em vigor em 1º de outubro de 2022.
A empresa também afirma que tomará outras medidas para se tornar líder em ESG. Entre outras iniciativas, a parcela de energia verde produzida internamente será expandida, a automação da tecnologia predial será impulsionada e o consumo de energia da corporação será reduzido.
Com a nomeação da diretora de Conformidade do Grupo, Anita Schieffer, para a diretoria recém-criada de Direitos Humanos, o caminho se mostra pavimentado para atender às novas exigências para empresas internacionais, como as impostas pela Lei de Diligência da Cadeia de Suprimentos, na Alemanha.